Vivemos em uma cultura que valoriza trabalho muitas vezes de forma massacrante e se esquece do lazer. A noção de sucesso vem atrelada à correria, produção e esgotamento. Um profissional visto como bem-sucedido — devo avisar que não por mim! — é aquele que não tem tempo, que almoça na mesa de trabalho, que sai depois de 21h do escritório. Fico pensando quando essa pessoa usufrui do dinheiro que produz ou até se recebe o correspondente ao tanto que se dedica.
Quem é você para além da sua queixa?
Tem gente que só reclama, né? E às vezes a pessoa que só reclama é… adivinha quem? Nós mesmos! Eu resolvi falar sobre isso porque a gente precisa identificar e se preparar para deixar de ser a pessoa que só tem queixas.
Quando a gente vai atender uma pessoa no consultório, nós, psicólogos, entendemos que o que levou essa pessoa a buscar a terapia é uma “queixa” – ou mais de uma – ou também chamamos de “demanda”. O termo técnico não importa muito aqui, o que eu quero que você entenda é que alguma coisa levou a pessoa a buscar o atendimento, certo?
A melhor companhia que tenho é a minha
Hoje eu resolvi falar sobre gostar da própria companhia porque eu vejo muitas vezes o incômodo das pessoas ao se perceberem sozinhas. É um tema campeão de sessões de atendimento no consultório. Ao passarem um sábado à noite em casa ou ao não terem com quem almoçar, por exemplo, as pessoas se sentem muito incomodadas.