O vestibular, ainda que remodelado nos últimos anos na maioria das universidades em função do novo formato do ENEM, é um momento da vida que desperta muitas emoções, já que é uma etapa em que são tomadas diversas decisões muito importantes.

Embora não seja regra geral, grande parte dos vestibulandos em nosso país são pessoas jovens. Existe uma cultura que cobra do adolescente a escolha de uma profissão antes mesmo que termine o Ensino Médio. É esperado que faça tal escolha, que passe em um vestibular e inicie o curso superior.

Como é de se esperar, essa é uma situação que pode gerar uma boa dose de ansiedade. Com pouca ou nenhuma experiência profissional, os adolescentes são impelidos a escolher uma profissão. Há uma enxurrada de dúvidas e inquietações que levam os jovens a definir sua  profissão sem muita convicção do que estão fazendo. Muitos até passam no vestibular, iniciam a faculdade e, depois de algum tempo, querem desistir do curso. É normal que aconteça diante de tanta pressão, e esse seria o momento para repensar a escolha. Entretanto, muitas pessoas nessa situação preferem levar adiante um curso: “Já investi tanto tempo, tanto dinheiro… errei ao escolher, agora tenho que aguentar até o final.”.

Como lidar com uma escolha “errada”?

O que eu tenho a dizer para pessoas nessa situação é: gente, vocês escolheram cedo, com pouco embasamento do que estavam fazendo e, em algumas situações, com pouco ou nenhum apoio qualificado no momento da opção. Qual é o problema de não ter se identificado tanto com o curso? Repensem, procurem ajuda, tomem uma decisão com mais embasamento. Como fazer isso? Visitem os principais locais de trabalho em que você atuaria se escolhesse determinada profissão, converse com diversos profissionais da área, pesquise sobre o mercado de trabalho.

Por que preciso pensar tão bem antes da minha escolha?

É importante lembrar que provavelmente você irá passar muito tempo com a profissão que escolheu ou está em processo de escolher. Não só os anos da faculdade, mas também os anos posteriores de especialização e o dia a dia de prática do trabalho. Para quem tem um trabalho nos moldes convencionais, por exemplo, seriam cerca de 40 horas semanais dedicadas à profissão. Por isso é tão importante escolher bem, já que uma má escolha pode impactar — e muito! — na qualidade de vida.

Além da escolha do curso, no que eu devo pensar?

Ser um vestibulando não é tarefa fácil para quase ninguém. Veja bem:

• Dominar uma grande quantidade de matérias e assuntos para se sair bem nas provas
• Ter uma boa noção de otimização do tempo no momento da prova
• Possuir controle emocional
• Mapear quais são as universidades que oferecem o curso desejado e que possuem os melhores conceitos no MEC
• Refletir sobre o melhor custo-benefício para a escolha: ficar na cidade onde já mora, se mudar?

E você, em que etapa dessas ponderações está?