Recentemente li um livro sobre nutrição e atividade física muito esclarecedor chamado As Verdades que Você Precisa Saber: Um Guia Completo sobre Nutrição e Atividade Física, de Rodrigo Paiva. Inspirada por essa leitura, escrevo para vocês o texto de hoje.
Eu não sabia e fiquei muito surpresa com o fato de que dieta pode engordar. Não estou falando daquelas dietas específicas para pessoas muito magrinhas que têm como objetivo ganhar peso e massa muscular, estou falando das dietas seguidas por pessoas que estão tentando emagrecer. Vou tentar explicar de forma simplificada – considerando também que não sou especialista no assunto!
Por que engordamos?
Nosso corpo tem apenas um objetivo: sobreviver. Rodrigo fala no livro que estamos aproximadamente na 900ª geração de seres humanos e que somente há 6 gerações temos alimentos disponíveis com maior fartura. Nossos ancestrais quando sentiam fome não iam ao supermercado ou à geladeira, tinham que caçar. Nem sempre as condições para a caça eram favoráveis e por esse motivo o alimento era escasso. Quando eles conseguiam alimento, precisavam comer o máximo possível porque não se sabia quando seria a próxima refeição e a comida apodrecia caso não fosse consumida rapidamente, já que não havia formas de conservá-la. Assim, ganhamos um estômago maior do que precisamos atualmente. Aqueles que conseguiam aproveitar melhor a energia (ou calorias) da comida, tendiam a sobreviver e a passar seus genes adiante (seleção natural). Dessa maneira, somos bons para engordar (pelo menos a maioria), porque no passado essa característica foi fundamental para a nossa sobrevivência enquanto espécie.
A partir daí, considerando que nosso corpo quer somente sobreviver e está programado para isso, toda vez que modificamos a quantidade de alimentos ingerida, o organismo entende que “a comida do mundo acabou”. Não sabendo quando será a próxima refeição, o corpo fica mais eficiente no acúmulo de gordura. Sabemos que hoje o cenário é outro, mas filogeneticamente ainda não houve mudanças significativas quanto à forma de aproveitar os alimentos.
Quando a dieta acaba ou desistimos da dieta e voltamos a comer mais – mesmo que seja quantidade igual a que era ingerida anteriormente – tendemos a engordar, pelo fato do corpo humano ter readequado o metabolismo para aproveitar melhor os alimentos diante da escassez repentina de alimentos. Por esse motivo, o autor comenta no livro que para avaliar se uma dieta realmente foi efetiva, é necessário esperar cerca de 2 anos. Esse é o tempo para o nosso metabolismo se reajustar novamente. Além disso, a tendência é que quando a quantidade de alimentos for restabelecida ao normal, ganharemos 8% a mais de peso em relação ao peso inicial. Por exemplo, uma pessoa com 100 kg que perdeu 20 kg fazendo uma dieta, quando volta a comer normalmente, tende a retomar o peso perdido mais 8 kg (8% do peso inicial) em até dois anos, totalizando 108 kg. Esse é o novo ponto de equilíbrio.
O papel dos exercícios físicos na saúde
No livro é falado que podemos emagrecer com exercícios físicos, especialmente com exercícios aeróbicos. Quanto à musculação, normalmente é realizada com um objetivo diferente: fortalecimento e/ou definição. Com a musculação o gasto metabólico fica mais acelerado e a tendência é que as calorias dos alimentos que são ingeridos poucas horas depois do exercício sejam utilizadas na reposição muscular, em vez de serem armazenadas como excesso (gordura). Ah, e mais um detalhe: emagrecer e perder peso são coisas diferentes. No emagrecimento é possível perder peso, mas também é possível não perder peso ou até ganhar um pouco e ter emagrecido. O mostrador da balança pode ficar no mesmo lugar e seu corpo pode ter mudado muito. Isso se dá pela diferença entre formação de massa magra e perda de gordura. 1 kg de músculos é bem compacto, já 1 kg de gordura toma bem mais espaço (a gordura é menos densa), por isso uma pessoa musculosa é bastante pesada e por vezes aparenta ser magra. Se você perder 1 kg de gordura e ganhar 1 kg de massa magra, na balança fica a mesma coisa, mas no seu corpo há uma grande diferença. Não se preocupe com o mostrador da balança, preocupe-se se você está se sentindo bem com o que vê no espelho e se o seu objetivo de fato for emagrecer, você conseguirá saber se conseguiu chegar lá se suas roupas estiverem ficando mais largas. Enfim, veja nesse vídeo a explicação do nutricionista e educador físico!
Sugiro que você acesse o fim da dieta, pois lá Rodrigo Paiva posta diversos vídeos que são bastante esclarecedores sobre nutrição e atividades físicas, sempre pautado na saúde e bem-estar.
O que devemos buscar é um corpo integralmente saudável e não um modelo específico de corpo que falam que é bonito
Expliquei de forma bem resumida e simples aquilo que aprendi no livro! Essa contextualização sobre pontos tão interessantes (e há muito mais!) serve de apoio para minha conclusão: não adianta nada gerar uma grande privação para o corpo emagrecer. Principalmente se o emagrecimento for pautado em um desejo que não é seu, mas sim fruto de uma imposição vista na mídia em geral (TV, internet, revistas…) sobre como um corpo bonito deve ser. As mulheres, em especial, sofrem com essas imposições. Muitas pessoas perdem a saúde tentando emagrecer. Do ponto de vista psicológico é bem frustrante e contraproducente criar uma situação em que são retirados os alimentos prazerosos: é incluído um cardápio não tão apetitoso, você passa a se deparar com a sensação de fome aumentando, há um rígido controle sobre a alimentação e as situações sociais (aniversários, festas, churrascos) se tornam torturantes, porque você sente que não pode aproveitar nada. Essa é uma fórmula quase que fadada ao fracasso. Ninguém dá conta de fazer isso por muito tempo!
O que devemos buscar sempre é um corpo saudável, independentemente das medidas que ele tenha! Se você quer se sentir mais saudável, a dica é passar por uma reeducação alimentar, isto é, passar a se alimentar de forma mais adequada (alimentos indicados, horários constantes, mais refeições ao dia em vez de abuso em poucas refeições). É melhor comer com frequência um pouquinho de doces, pizza, batata frita, do que deixar para um dia específico, como em finais de semana, por exemplo, e abusar desse tipo de comida. Nosso organismo não tem memória no almoço daquilo que foi ingerido no café da manhã, por isso compensar um exagero feito agora na refeição seguinte não adianta, assim como compensar na segunda-feira o que foi feito no sábado e domingo também não irá funcionar. Outro ponto importante para manutenção da saúde é praticar exercícios físicos. Sempre indico prática de atividades físicas para clientes que estão tratando uma depressão. O coração trabalha melhor, gastamos calorias que estão em excesso e liberamos muitas endorfinas, gerando uma grande sensação de bem-estar após a atividade. É importante fazer a avaliação médica para não se expor a riscos. E também deve-se evitar praticar atividades próximo da hora de dormir, pois a adrenalina nos atrapalha a pegar no sono.
Espero que esse texto coloque uma pulga atrás da sua orelha! Para você que quer mudar hábitos, procure gerar novas atitudes para sua vida com sabedoria, dosando as mudanças em quantidades adequadas. Jamais se esqueça de que seu bem-estar possui papel importante para o sucesso de qualquer objetivo!
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