Frequentemente converso com pessoas que estão com dificuldades de tomar decisões, de resolver o que vão fazer na vida. Inclusive esse é um dos maiores motivos que as levam a procurar serviços psicológicos, orientação e coaching.
Nós tendemos a ser imediatistas em nossas decisões. Falta autocontrole, que é esperar para ter um ganho maior no futuro em vez de ter um ganho menor, só que agora. Assim, vivemos perdidos e angustiados em meio às decisões que temos que tomar o tempo inteiro. Quer saber como isso pode mudar?
É simples, é só uma questão de definir objetivos que norteiem suas escolhas! Para quem não sabe se casa ou se compra uma bicicleta, é importante avaliar: “o que eu quero para o meu futuro, onde eu quero chegar?”. Se você tem um ponto de chegada, é muito mais fácil traçar o caminho até lá. Muita gente, pela falta de hábito, não sabe definir e trabalhar com objetivos, mas você irá aprender aqui.
Definindo sua missão
Para que suas decisões sejam sempre orientadas a um propósito maior, primeiro pense em qual é sua missão de vida. Para que você veio ao mundo? O que você quer fazer com a sua vida, qual é a sua parcela de contribuição? Quais são seus maiores sonhos, aqueles dos quais você não vai abrir mão e vai fazer de tudo para chegar lá? Depois de refletir sobre essas questões, anote tudo e defina os seus objetivos de vida.
Como definir bem os seus objetivos
Aí vão 8 dicas de como estabelecer bons objetivos:
1. Avalie as diversas áreas da sua vida e identifique as que quer melhorar
Por meio da análise de como sua vida está atualmente, você terá mais condições de identificar como quer que ela esteja no futuro. Dessa maneira, você será capaz de identificar áreas de alavanca, que são aquelas áreas em que se você der mais atenção, poderá impactar positivamente nelas e também em outras. Utilize um método diagnóstico de situação atual para identificar suas áreas de alavanca, como a avaliação do nível de satisfação, também conhecida como roda da vida.
2. Estabeleça objetivos que sejam desafiadores e, ao mesmo tempo, tangíveis
Estabelecer um objetivo fácil demais pode gerar desânimo e preguiça, enquanto estabelecer um difícil demais pode gerar frustração. Pense em objetivos na medida certa: desafiadores, assim irão funcionar como motivação para te tirar da “mesmice” e, simultaneamente, tangíveis, você se tranquiliza ao saber que com esforço conseguirá alcançar o que quer.
3. Identifique a responsabilidade por esse objetivo: depende de você?
Não adianta nada estabelecer objetivos pelos quais você não poderá se responsabilizar pela execução. Não podemos escolher nada por outras pessoas! Os objetivos são nossos, e, por isso mesmo, devemos nos responsabilizar por eles. Quer um novo emprego? Não adianta culpar outras pessoas, o RH das empresas e por aí vai por você não conseguir. Você deve ir pela via cuja responsabilidade seja sua: qualifique-se para ter o novo emprego, por exemplo.
4. Formule frases que expressem seus objetivos
Os nossos objetivos não devem ficar apenas na cabeça, devem ir para o papel e depois tomar vida. Portanto, é fundamental formular frases que expressem bem o que queremos. Para que sejam boas frases, devem ser claras, expressando exatamente o que você quer. Lembre-se de incluir indicadores, de forma a tornar o objetivo mensurável, para que você saiba que chegou lá!
5. Defina prazos e priorize seus objetivos
Simplesmente estabelecer objetivos não vai te levar a lugar algum se você não colocar prazos. Aquilo que não tem prazo não tem importância e não entra em sua lista de prioridades. Uma vez estabelecidos os prazos – que também devem ser tangíveis – você começa a se organizar e a se programar para correr atrás e fazer sua parte para conseguir o que quer.
6. Defina tarefas
Objetivo é um alvo, é onde você quer chegar, a descrição daquilo que quer realizar. Já as metas são segmentações do objetivo, são degraus que precisam ser vencidos para que o objetivo seja alcançado. As tarefas são segmentações ainda mais detalhadas do que deve ser feito para que as metas sejam atingidas e, por conseguinte, os objetivos.
Defina tarefas – com prazos! – que vão te aproximar daquilo que você se propôs como objetivo.
7. Escreva a frase do item 4 em um local em que você poderá vê-la constantemente
A partir do momento em que você define objetivos e estabelece um plano de vida, você se prepara para avaliar questões de forma crítica, identificando se a situação apresentada te aproxima ou te distancia de onde você quer chegar. Portanto, carregar a(s) frase(s) mais importantes para você é uma forma de se manter fiel àquilo que quer e de fazer escolhas mais calcadas em autocontrole – conseguir ganhos muito maiores no futuro em detrimento de pequenos ganhos no presente.
8. Promova avaliações frequentes e seja flexível
É necessário que ao longo de todo o caminho percorrido haja avaliações constantes sobre se o ritmo está de acordo com o que você havia preparado, se tem conseguido realizar as tarefas e atingir as metas, se está muito fácil ou difícil demais. A flexibilidade conta muito nesse momento de feedbacks constantes, porque por vezes será fundamental refazer um prazo, incluir ou retirar tarefas, em suma, fazer alterações. O planejamento às vezes não sai como esperado na hora de passar para a prática porque algumas coisas só temos condições de ver se realmente irão funcionar quando começarmos a fazê-las. Rigidez, portanto, não irá funcionar! Seja flexível, mas não perca de vista o ponto de chegada como referência.
Conforme você pôde observar nessas 8 dicas, identificar, estabelecer e percorrer objetivos é mais fácil do que em um primeiro momento pode parecer. Com o tempo e a prática, fica cada vez mais fácil agir de maneira estratégica para conseguir o que você almeja. Como disse o gato para Alice quando ela estava perdida, “para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve…” (Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll). Assim, saiba sempre para onde está indo e gaste um bom tempo traçando o caminho!
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